Reconhecimento das Novas Oportunidades
Não entendo porque é que o Governo
pretende encerrar os Centros de Novas Oportunidades em Portugal, quando este
programa é elogiado por um antigo ministro da Educação de Portugal, Roberto
Carneiro.
O actual ministro da Educação e o próprio
primeiro-ministro, não sabem, nem sonham, o mal que estão a fazer ao país com
esta tomada de posição.
Para o ministro Relvas, pode haver
Novas Oportunidades, mas para quem pretende melhorar o seu curriculum
académico, aprendendo, através de aulas com professores, tendo de apresentar
trabalhos, que têm de ser validados e não como o ministro Relvas, que nem
sequer foi a aulas na Lusófona.
Mas o que importa, é realmente um
antigo ministro da Educação de um Governo PSD, estar a defender perante a
Europa, um programa que o PS pôs em prática e que Passos Coelho contesta,
porque não saiu do seu Governo. Temos de saber o que é importante para o país,
independentemente, se foi o Partido A, ou o Partido B, que pensou e pôs em
prática determinado programa, com Fundos Europeus. Temos de louvar o que é de
louvar e reprovar o que não interessa ao país, o que não é este caso.
Penso que quando se pretende melhorar
a literacia de um povo, não interessa a ideologia do autor, nem se deve lutar
contra esse sistema como fez Passos Coelho. Agora que está prestes a terminar
este tipo de validação de competências, aparece um relatório por peritos
europeus, entre os quais está Roberto Carneiro, que é conhecido o seu valor
académico, o seu curriculum fala por ele.
Portanto, digo aqui e agora ao senhor
ministro da Educação Nuno Crato, que repense o programa das Novas Oportunidades
e que não retire o que está bem na Educação e que as mudanças que fizer, que
sejam para melhorar o sistema e não para terminar com um programa
reconhecidamente válido.
Peritos europeus
elogiam "Novas Oportunidades"
Publicado
às 17.05 de 06.09.2012
O
programa Novas Oportunidades, atualmente em risco de ser extinto, é apontado
como exemplo de uma boa prática de promoção da literacia num relatório
elaborado por especialistas europeus para a Comissão Europeia sobre o tema.
Programa Novas Oportunidades
Roberto
Carneiro, ex-ministro da Educação, é um dos peritos europeus responsáveis pela
elaboração do relatório, que será apresentado, publicamente, a 4 e 5 de
outubro, no Chipre, numa reunião informal com os ministros da Educação da União
Europeia (UE). O documento contém propostas de combate à iliteracia na UE.
Em
2011 foram identificados cerca de 75 milhões de adultos na UE com baixos níveis
de instrução, muitos dos quais com problema de literacia - competências de
leitura e escrita.
Se
os 75 milhões de adultos europeus, com baixo nível de literacia, melhorarem as
suas competências de leitura e escrita, isso terá um "efeito
multiplicador" na produtividade e influenciará os mais jovens, disse à
Lusa o investigador Roberto Carneiro.
Se
os Estados-membros investirem na formação desses adultos ativos, isso terá
"efeitos muito relevantes na produtividade total dos fatores e na
competitividade europeia como um todo", defendeu Roberto Carneiro.
O
perito europeu considerou ainda que "as atitudes e práticas dos pais em
matéria de literacia têm uma forte influência no desenvolvimento dos seus
filhos, mesmo no ensino secundário".
Nas
vésperas do Dia Internacional da Literacia, que se assinala no sábado, o
relatório dos peritos europeus, divulgado, esta quinta-feira, em Nicósia
(Chipre), fala em "crise de literacia", porque um em cada cinco
jovens europeus de 15 anos e quase 75 milhões de adultos ainda não têm
conhecimentos de base para ler e escrever.
No
documento são feitas várias recomendações gerais para que, em 2020, 85% dos
jovens europeus com 15 anos tenham melhores níveis de literacia.
Os
peritos citam vários exemplos europeus de boas práticas de promoção de
literacia e, entre eles, estão os projetos portugueses Novas Oportunidades,
programa atualmente em risco de ser extinto, o Plano Nacional de Leitura, o
projeto de promoção da leitura Cata-Livros e a organização não governamental
Empresários pela Inclusão Social.
Sobre
o programa Novas Oportunidades, o grupo de peritos recorda que permitiu que
mais de 1,6 milhões de portugueses melhorassem as suas qualificações, alargando
as hipóteses de progressão profissional e pessoal.
Roberto
Carneiro reconheceu que a crise financeira limita "a capacidade de manobra
dos governos em matéria de investimento público, sobretudo em áreas
consideradas de fraca produtividade a curto prazo como a Educação".
A
Comissão Europeia quer que se invista em professores especialistas em leitura,
que haja mais programas de promoção da leitura e da escrita que envolvam pais e
filhos, porque a influência parental não se fica apenas nos primeiros anos de
vida.
Há
ainda a questão da pobreza - pelo menos 27 milhões de crianças estão no limiar
da pobreza no espaço da UE -, do envelhecimento da população, da necessidade de
renovação de competências adequadas à idade, e da vertente económica, porque o
mercado de trabalho está a exigir qualificações de alto nível.
A
comissária europeia de Educação e Cultura, Androulla Vassiliou, irá apresentar
e debater os resultados deste relatório a 4 e 5 de outubro, no Chipre, numa
reunião informal com os ministros da Educação da UE.
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