Mais impostos
Continua mais do mesmo, aumento de
impostos directos, apesar de ser para a Segurança Social, não deixa de ser um
aumento de impostos.
Por outro lado, baixa-se a TSU,
exigência da troika, que foi cumprida
agora por Passos Coelho, possivelmente, para conseguir mais um elogio ao
desempenho do Governo português, a esta visita da troika.
Esta atitude do Governo, faz com que
os patrões baixem 5,75% na sua contribuição da TSU, enquanto que os
trabalhadores sofrem um aumento de 7%, no seu desconto directo para a Segurança
Social.
O primeiro-ministro, diz que esta
atitude é para combater o desemprego, mais uma vez está errado, mais uma vez
vai falhar com os seus cálculos e o desemprego vai aumentar substancialmente no
próximo ano. Porquê? Porque vai haver mais falências por parte dos retalhistas,
por falta de vendas.
Esta receita, é mais do mesmo, retirar
o poder de compra aos trabalhadores e continua a não querer ver que Portugal
vive essencialmente à custa do consumo interno. Pode ser útil, baixar as
importações de bens como automóveis de luxo e tentar exportar o máximo
possível, mas o que garante crescimento na nossa economia é exactamente o
consumo interno.
A diferença de 1,25%, a favor da
Segurança Social, é precisamente para tentar minorar o problema da
sustentabilidade da Segurança Social, devido aos subsídios de desemprego que
têm aumentado substancialmente no último ano. E, infelizmente, vai continuar a
subir no próximo ano, até porque as medidas não foram alteradas e estão a ser
agravadas.
Agora falta saber o que se vai passar
com a mexida nos escalões do IRS, normalmente a experiência diz-nos que serão
os mesmos a sofrer as alterações mais gravosas, pelo que vai continuar haver
aumento de impostos.
Para os pensionistas e reformados, continuam
a ser confiscados os subsídios de férias e de Natal, quando desde sempre,
descontaram para a Segurança Social sobre 14 meses anuais e não sobre 12, pelo
deve ser reposto imediatamente esses subsídios e só espero que o Tribunal
Constitucional, volte a pronunciar-se sobre este assunto e considerando-o
Inconstitucional.
Pergunto, porque é que o OE para 2013
não parte do 0, mas sim de valores do ano anterior, nomeadamente para a Assembleia
da República, Fundações e Institutos Públicos. Deveriam ser obrigados a
demonstrar o interesse público e justificar os custos parcelarmente e ser
cortado tudo aquilo que seja de cortar, que nada tem a ver com o interesse público.
A comunicação de
Passos Coelho ao país na íntegra
07.09.2012
- 19:57
Fonte:
Jornal Público
Pedro
Passos Coelho anunciou hoje um aumento da contribuição dos trabalhadores para
Segurança Social, numa comunicação ao país. Leia aqui o discurso do
primeiro-ministro.
Portugueses,
boa noite.
Estamos
agora a concluir os trabalhos da 5ª revisão relativa ao Programa de Assistência
Económica e Financeira. O calendário determinou que a 5ª revisão coincidisse
com os trabalhos preparatórios da proposta de Orçamento para 2013. Nem todos os
assuntos em discussão durante esta revisão regular estão já encerrados. Quando
isso suceder, haverá, como é habitual, uma comunicação geral do Governo sobre
todos os trabalhos que tiveram lugar nestes últimos dias. Mas neste momento não
queria deixar de vos transmitir, como sempre garanti que o faria, algumas
decisões que já foram objeto de acordo e que se revestem de uma grande
importância para todos nós.
Quero
falar-vos com a mesma franqueza com que sempre vos falei, sem rodeios e com o
realismo que cidadãos livres e responsáveis merecem dos seus representantes
políticos e que a seriedade da situação atual exige.
A
emergência financeira nacional em que o País foi mergulhado em 2011 ainda não
terminou. Os problemas que enfrentamos começaram a ser vigorosamente atacados
mas ainda não estão dominados. Por outro lado, a nossa tarefa não tem sido
facilitada pela crescente incerteza e degradação financeira na Europa de quem
estamos muito dependentes. Da nossa parte, fizemos, e estamos a fazer, o que é
necessário. É a nós que cabe desfazer os danos que foram infligidos durante muito
tempo à nossa economia. É uma tarefa árdua e longa, em que muitas das decisões
só produzem efeitos com o passar de algum tempo. Mas em resultado das nossas
políticas e das nossas ações, com os esforços notáveis dos Portugueses, com a
sua clarividência e paciência, podemos dizer que já começámos a reduzir
substancialmente alguns dos perigos e riscos que nos ameaçavam.
Hoje,
já podemos reconhecer resultados das nossas escolhas que aumentaram
consideravelmente a nossa estabilidade e a nossa resistência. Estamos a reduzir
o nosso défice externo mais rapidamente do que foi previsto e a diminuir a
dependência da nossa economia relativamente ao financiamento estrangeiro.
Hoje,
é fácil contrastar o profundo ceticismo de que Portugal era alvo na comunidade
internacional com o voto diário de confiança que depositam em nós. Somos agora
vistos pelos nossos parceiros internacionais e pelos agentes da economia global
como um País confiável e merecedor de apoio, e a nossa reputação no exterior é
incomparável com a que gozávamos há cerca de ano e meio. Este ativo tem
consequências diretas na vida dos Portugueses, como nos demos conta quando no
passado o delapidámos, quer mais recentemente quando efetuámos vários leilões
de dívida pública a juros mais baixos aliviando os encargos de todos os
contribuintes no financiamento do Estado.
Tudo
isto é uma obra coletiva que mobilizou e mobiliza todos e cada um de nós. Uma
obra de uma comunidade nacional que tem razões para deixar de duvidar de si
mesma. Estou certo que neste ponto até os mais céticos concordarão.
Contudo,
temos de estar conscientes de que esses resultados não são definitivos, nem os
podemos dar por adquiridos. Foram obtidos, não porque a gravidade do nosso
contexto interno e externo tenha abrandado, mas porque não nos deixámos vencer
pela dimensão e complexidade dos problemas e porque fomos fiéis à nossa
estratégia. Os mais recentes desenvolvimentos da política do Banco Central
Europeu facilitam o nosso processo de ajustamento e aproximam o nosso propósito
de regresso ao financiamento em condições normais de mercado. Mas é um erro
grave supor que substituem o esforço de reformar a nossa economia e consolidar
as nossas contas públicas. Essas tarefas são nossas, e sem a sua conclusão a
ação do Banco Central Europeu não poderá ajudar-nos. Depois das recentes
declarações públicas de responsáveis europeus tornou-se mais claro do que nunca
que sem o cumprimento do nosso programa não teremos acesso a qualquer mecanismo
de auxílio europeu.
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