O que falta a este Governo...
Entre 1972 e Outubro de 1974, estive
na Guiné-Bissau, e “comi o pão que o diabo amassou”, ou seja não foi fácil
passar lá este tempo. Passei fome, apanhei frio de rachar, apesar de estar numa
zona equatorial, onde existe uma grande amplitude térmica, isto é, durante o
dia a temperatura pode atingir 40º à sombra e durante a noite atinge
temperaturas quase negativas. Nas minhas deslocações pelo mato, as temperaturas
ao sol podiam atingir com facilidade temperaturas de 60º centigrados, mas tínhamos
que ir ao objectivo que nos tinha sido determinado pelo comandante de
operações.
Como comandante de pelotão, seguia as
instruções que me eram dadas no briefing, antes da saída para o mato. Nessa
altura, a minha namorada, enviava-me mensalmente uma broa de Avintes, biscoitos
almendrados, Salpicão e uma bola de queijo flamengo. Numa situação normal,
estes produtos chegariam em condições normais de consumo, porque havia avião
para a Guiné duas vezes por semana. No entanto, como eu me encontrava na
fronteira norte, com o Senegal, e só havia uma coluna de reabastecimentos
semanal, ao sábado de manhã, ida de Bissau, os produtos que me eram enviados,
chegavam à minha posse, cheios de bolor, pelo que eu pegava num pano e limpava
o mais o podia, juntava os colegas de armas e nessa noite tínhamos um manjar
dos deuses, pois a alimentação deixava muito a desejar.
Como a imagem demonstra, eu sou uma
pessoa com 1,75 metros e nessa altura, mais parecia um cidadão do Biafra, que
um militar português. Era pele e osso!
Perguntam-me, onde quero chegar com
esta narração?
É simples, quero dizer que estou
habituado a passar fome!
Estou habituado a sofrer pelo meu País!
Mas não estou habituado a conviver com
corruptos (Carlos Melancia, Isaltino Morais, Valentim Loureiro, Luís Nobre
Guedes, entre outros desconhecidos)!
Não estou habituado a conviver com
ladrões (José de Oliveira e Costa, Duarte Lima, Manuel Dias Loureiro, entre
outros desconhecidos)!
Haverá muitos mais acrescentar a esta
lista com toda a certeza, mas como não tenho notícias concretas nos jornais de
mais nomes, fico-me por aqui.
Haverá também, acrescentar as subvenções
vitalícias dos nossos políticos e ex-políticos, que não prescindem das mesmas,
são pelo menos 400, é muito dinheiro.
Com tudo isto quero dizer o seguinte:
1. Temos governantes que não sabem o que
é vida. Eu sei!
2. Temos governantes que não sabem o que
é passar fome. Eu sei o que isso é!
3. Temos governantes que não sabem o que
é passar frio. Eu sei o que isso é!
4. Temos governantes que não sabem o que
é guerra. Felizmente, apesar de ter estado nela, também não sei o que isso é!
5. Temos governantes que não sabem o que
é solidariedade. Eu sei!
Daí meus amigos, este Governo é uma
treta!
Estes “jotas” devem ir trabalhar,
aprender o que é a vida e depois sim, podem enveredar por uma carreira
política. Falta-lhes trabalho!
Falta-lhes honestidade, falta-lhes
ética, falta-lhes lealdade, falta-lhes fraternidade e sobretudo Solidariedade!
Quando digo trabalho, não é trabalhar
de faz de conta, como Pedro Passos Coelho ou Miguel Relvas, que não sabem o que
é a vida. Conseguem trabalho e cargos em empresas, pelos amigos
correligionários, que lhes estão a dar a mão para poderem ter mais umas
benesses no dia de amanhã.
O País real é muito diferente, temos
de todos os dias dar o melhor de nós, para conseguir sustentar os nossos
filhos, dar o máximo de conforto à família e isso custa os olhos da cara!
Para isso, temos de ter determinados requisitos:
1. Temos de ter humildade!
2. Temos de ser honestos!
3. Temos de ser solidários!
4. Temos de ter ética, profissional e
humanitária!
5. Temos de ser fraternos!
Isto são atitudes que faltam a este
Governo, que apenas vê Angela Merkel à sua frente, e essa visão é nefasta!
Ontem 21 de setembro de 2012,
estiveram reunidos os primeiros-ministros da Itália, Espanha, Irlanda e Grécia.
Pergunto e o que fez o nosso primeiro-ministro?
Esteve a brincar aos políticos na
Assembleia da República, durante a manhã, tendo a meio da tarde ido para o Palácio
de Belém, para ser humilhado perante os Conselheiros de Estado e do Presidente
da República. Se tivesse vergonha, tinha-se demitido nessa mesma reunião.
A movimentação popular, não vai parar
por aqui, independentemente das atitudes do Governo, em relação à TSU, não se
trata só da TSU, trata-se da credibilidade dos políticos que terminou. Ninguém
está disposto a dar mais carta-branca seja a quem for, até porque os resultados
dos últimos 38 anos foram maus.
Portanto, hoje, o povo deixou de ser “uma
cambada de carneiros”, acabou o partido, acabou o “clubismo partidário”.
Hoje, estamos dispostos a lutar pela
nossa segurança, pela nossa capacidade de trabalho, pela defesa do nosso
bem-estar, pela defesa dos nossos familiares, pelo direito ao trabalho, pelo
direito à reforma, pelo qual descontamos uma vida.
Hoje, os partidos políticos têm de se
cuidar. Já não estão impunes pela Sociedade, ou seja, já não se dão votos de
qualquer maneira, basta ver os resultados da última sondagem e tirar as ilações
dessa leitura.
A hora é de luta pela liberdade!
Pelo direito ao Trabalho!
Pelo direito à reforma!
Pelo direito à vida!
Os nossos políticos, já nem sequer conseguem
vir à rua sem ter uma “alcateia” de seguranças à volta deles, porque será?
São excelentes pessoas e o povo, é uma
cambada de brutamontes, que não sabem viver em sociedade.
Não meus amigos, os políticos que
temos são do pior que existe, não valem um “chavo”, são asquerosos, nojentos, hipócritas,
mentirosos e desonestos!
Vejamos o que se passa com a
Presidente da Assembleia da República, reformou-se com 42 anos de idade e
continua na vida activa, recebendo por dois carrinhos, a isso chama-se o quê?
Na minha opinião, roubo!
Sim, roubo à comunidade, porque o povo
em geral, terá de trabalhar 40 anos ou ter 65 anos de idade para ser reformado.
Portanto, houve habilidades, para conseguir esta pensão!
A Justiça, só funciona com os pobres,
os políticos são imunes, veja-se o caso de Isaltino Morais e Valentim Loureiro.
No entanto, o sem-abrigo, que rouba
para matar a fome, vai a julgamento e custa-nos os olhos da cara, em despesas
judiciais.
Estamos a necessitar de outro 25 de
Abril, mas como costumo dizer, desta vez sem cravos!
VAMOS
LUTAR PELA DEMOCRACIA!

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