Ter estofo de estadista


Luís Montenegro antes de criticar seja quem for, deve fazer um auto de consciência e lembrar-se das suas declarações de quando era oposição.
Não sou defensor de António José Seguro, nem tenho de ser seu seguidor, mas basta olhar para o passado próximo, para poder dizer ao senhor Montenegro que as alternativas às medidas anunciadas por este governo, são as seguintes:
1.    Reposição das taxas do IVA para os valores anteriores, a fim de ter evitado o disparate que houve na falta de consumo interno.
2.    Taxar os lucros excessivos das PPP e rendas excessivas da energia.
3.    Redução imediata dos salários dos políticos em geral.
4.    Redução do número de Deputados na Parlamento.
5.    Reformas para os políticos só com 40 anos de serviço efectivo.
6.    Acabar em definitivo com as regalias dos gestores públicos e dos políticos.
7.    Acabar com os subsídios às Fundações, que não tenham interesse público, sendo obrigatório demonstrar esse interesse público.
8.    Diminuir 50% os salários dos nomeados para os gabinetes dos ministros e secretários de Estado.
9.    Acabar com os carros de luxo para os governantes e para os gestores públicos.
Penso que com estas medidas, que António José Seguro, também não deve de estar de acordo, o Estado recuperaria milhões de euros, apesar de o ponto 1, já não ser recuperável a curto prazo, devido às falências que provocou, assim como o aumento de desempregados.
Quando se usa uma “pala como os burros” e só se vê num sentido, o resultado é a catástrofe que é para onde nos dirigimos.
Citando Pedro Passos Coelho “há um ano estávamos à beira do precipício”.
Um ano depois, demos o passo em frente, estamos em queda livre para o fundo desse mesmo precipício.
O que é estranho nestas coisas, é que só se culpa o primeiro-ministro anterior, por todo o mal que estamos a passar, quando todos nós sabemos que o problema é muito mais profundo, e que é um problema da Europa, ou seja, da Comunidade Europeia, que está sem rumo e num desnorte completo. Umas vezes deve-se gastar em obras públicas para provocar crescimento, outras vezes é o contrário, temos de olhar para o défice e controlar o mesmo de forma a ficar em 3% no próximo ano.
Nem todos os países têm Mercedes, Porches, Audis, Volkswagens e Opeis para exportar, além de uma indústria química fortíssima, que dá para colocar o défice em valores que é muito difícil para outros países da moeda única.
Hoje, talvez todos estejamos de acordo, possivelmente foi um erro “colossal” ter-mos entrado para a União Monetária, deveríamos ter ficado no Escudo e mandávamos a troika dar uma volta ao bilhar grande, porque desvalorizávamos a moeda e recuperávamos rapidamente de uma situação complicada.
Quanto ao líder do PS não ter estofo de estadista, também concordo, mas Passos Coelho está exactamente no mesmo patamar, É burro, não sabe o que faz, não governa, não manda, é pau mandado, tem um Miguel Relvas que faz dele gato e sapato, não sai do Governo nem deixa governar. Portanto, senhor Montenegro, antes de atirar a pedra, veja onde a mesma vai cair, porque no que diz respeito a desmiolados sem rumo, existem em todos os Partidos Políticos e em muito maior número no Parlamento, pois aí temos 230, enquanto no governo são uma dúzia deles.
Volto afirmar, temos de fazer em Portugal o que os islandeses fizeram na Islândia, correr com os políticos de vez. Com isso, voltamos a ser credíveis nos mercados financeiros e a ser respeitados na Europa.


Política
PSD diz que líder do PS não tem "estofo de estadista"
Publicado ontem 09.09.2012 JN
Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD, criticou, este domingo à tarde, o PS pela "deriva de radicalismo" quando dá sinais de que irá votar contra o Orçamento de Estado, acusando António José Seguro de demonstrar uma falta de "estofo de estadista". De sua parte, repetiu o desafio já feito pela direção do PSD para que Seguro apresente alternativas e rejeitou as críticas de Bagão Félix.
PSD aponta baterias a Seguro, líder do PS
Numa conferência de imprensa realizada no Porto para reagir ao discurso de António José Seguro, o presidente da bancada social-democrata afirmou que quem "viu e ouviu" o secretário-geral socialista "fica com a sensação de que a sua posição está tomada": a de votar contra o Orçamento para 2013.
"Acredito que essa sensação possa ser contrariada nas próximas semanas", disse, porém, acusando o PS de "fugir às responsabilidades". Ou seja, que Seguro recue desta "deriva de radicalismo que parece ter afetado a sua postura", depois de uma "aproximação" a outros partidos de posição "radical" como "o PCP e o BE".
"É neste momento que fica claro quem tem estofo de estadista", disse Montenegro, considerando que o PS não quer ser "cúmplice deste Governo" mas "é cúmplice e co-autor das opções de governos anteriores". E, "se Sócrates e o PS governaram como se não houvesse futuro, António José Seguro e o PS fazem hoje oposição como se não existisse um passado", atirou.
O líder parlamentar repetiu o desafio lançado na véspera por Jorge Moreira da Silva, vice-presidente do PSD, para que o PS apresente uma medida "concreta" alternativa às que Passos Coelho anunciou, nomeadamente a do aumento da contribuição à Segurança Social. E pediu a Seguro que coloque o interesse do país "acima do populismo".
"Qual é a medida alternativa que preconiza para poder ultrapassar o veto do Tribunal Constitucional e manter as metas orçamentais e manter efeito positivo na economia e na criação de emprego", perguntou.
"Quem quer antecipar uma rutura política desta dimensão não pode refugiar-se" na retórica de um mero "partido de protesto", afirmou ainda.
Montenegro recusa que haja inconstitucionalidade na nova medida anunciada, considerando que a proposta do Governo cumpre "todas as normas da Constituição" e o "sentido do acórdão" do Tribunal Constitucional.
Rejeitando as críticas feitas, este domingo, por Bagão Félix, diz que "do ponto de vista da Segurança Social, a opção do Governo garante a sua sustentabilidade".
Questionado sobre se o Governo avançará este ano com mais austeridade, não excluiu outras medidas, remetendo para o discurso do primeiro-ministro, segundo o qual novas medidas poderão surgir após a quinta avaliação da troika.
Por fim, instado sobre se as medidas são temporárias ou definitivas, insistiu em adiar os comentários: "temos de aguardar pela proposta definitiva".

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