O povo saiu à rua...


O dia em que o povo exigiu mudança na política do país!
Ontem fui à manifestação espontânea e apartidária. Quando cheguei à avenida dos Aliados, fiquei completamente desanimado. Cheguei pelas 16,30 horas, não vi grande quantidade de gente no meio da avenida dos Aliados, mas, conforme ia-me aproximando, passando pela lateral da Câmara Municipal do Porto, comecei a verificar que as pessoas se encontravam à sombra, pois a temperatura era bastante alta ao sol!
Cheguei junto do local onde se encontrava o microfone da organização da manifestação, e na verdade, o calor era insuportável, pelo que tive de procurar uma sombra, debaixo de uma das poucas árvores existentes no local. Árvores de pequeno porte, que não dão sombra suficiente numa altura destas.
Por volta das 17,30 horas, já estariam na avenida dos Aliados dezenas de milhares de pessoas, eu tentava ver para a zona da praça da Liberdade e na verdade só via um mar de gente. Comparando com a última manifestação a que me desloquei ao Porto, 15 de Outubro de 2011, estava muito mais do dobro de gente, pois não havia clareiras, e a avenida estava toda ocupada. A praça da Liberdade, também tinha pessoas e não eram tão poucas quanto isso, e conforme as horas passavam, mais pessoas chegavam à zona da avenida dos Aliados.
Nessa altura lembrei-me do PREC, do verão quente de 1975, lembrei-me que tive de vir de umas férias que estava a passar em Esposende, com destino ao estádio das Antas, para uma grandiosa manifestação, pela defesa da democracia. Desta vez, não estamos, de certa forma a defender a democracia, mas sim os direitos do povo, contra a s medidas diabólicas que o Governo pretende implementar.
Ontem, o povo disse não!
Ontem, não houve partidos políticos!
Ontem, não houve classes sociais!
Ontem, foi o POVO UNIDO, contra um Governo autista, um Governo que só se ouve a si próprio, que pretende empobrecer o povo de uma forma incompreensível e inadmissível, pelo que a revolta foi total.
Se eu fosse primeiro-ministro, amanhã à primeira hora, estaria no Palácio de Belém a pedir a demissão.
Ainda não ouvi Passos Coelho a comentar a manifestação de ontem, ouvi Paulo Porta e António José Seguro. Mas pelo que ouvi, nenhum deles interpretou o significado real da manifestação, pois, o que o povo pretende, é que os políticos mudem de política, que deixem cair as mudanças da TSU, que os sacrifícios sejam compartilhados por todos. Quando digo por todos, é exactamente por todos, nomeadamente pelos políticos. Os vencimentos deles têm de baixar, para que os sacrifícios sejam extensivos a toda a gente. A Assembleia da República tem de ter menos deputados, os orçamentos têm de ser com base “zero” e os cortes tem de ser para todos nas devidas proporções. Quem tem mais dinheiro, tem de descontar mais, que tem menos, ou não desconta, ou desconta menos. Esta é a solução, só os políticos é que não veem isso. Aliás, esta semana, ouvi pela primeira vez, uma política (Maria de Belém) dizer que os cortes têm de começar por cima e não como sempre acontece de começarem por baixo.
O povo não está preocupado com a crise que possa surgir com a queda do Governo, podemos sempre ir para eleições, ou em alternativa, fazer o que os islandeses fizeram, isto é, um governo à margem dos políticos, e se necessário processá-los a todos por desgoverno. Pela responsabilidade que todos eles têm na má governação deste país.
Todos nós sabemos, que esta crise aconteceu pela perda de benefícios da Banca, para o benefício daqueles que estão a explorar os povos de todo o mundo, aqueles que são chamados de mercados. Esses pretendem continuar a ter lucros excessivos, basta ver o que a Grécia, Portugal e Irlanda pagam ao FMI e BCE. Podem dizer que são quem nos está ajudar, mas com amigos destes, não precisamos de inimigos. Apesar de pagarmos juros a valores incomportáveis, que faz com que a nossa dívida aumente diariamente, temos um programa de ajustamento, elaborado por estes senhores que já demonstrou que é inexequível. Portanto, quando eles nos vêm avaliar, estão-se avaliar a eles próprios, daí Paulo Portas ter dito hoje que a troika necessita que haja um país em que as medidas propostas funcionem. Estamos a sem um laboratório destes senhores que pretendem fazer experiências com um povo e não com “ratinhos de laboratório”.  
Ontem o povo disse “BASTA”.
Ontem o povo demonstrou que pretende outro Governo.
Ontem o povo quis dar um cartão vermelho a este Governo.
Não fui verificar os dados das últimas eleições para verificar quantos votantes existiram, mas penso que não haverá muita diferença entre os votos do PSD e CDS/PP junto e a quantidade de manifestantes do país inteiro. Quero dizer com isto, que não me acredito muito que o PSD e CDS juntos tivessem tido muito mais de um milhão de votos. Pois as manifestações de ontem em todo o país, devem ter tido mais gente, que os votantes nestes dois partidos nas últimas eleições.
Portanto, os políticos que se cuidem, porque se continuarem com esta política, o que pode acontecer, será a tomada a Assembleia da República pelo povo, e correr com os políticos de uma vez por todas deste país. Estamos a ficar fartos destes políticos inexperientes, que não percebem coisa nenhuma, de nada de nada. Além de corruptos, de chico-espertos e possivelmente ladrões, este Governo tem de tudo.
Para resolverem o défice das contas pública, que baixem os salários dos nomeados, e dos próprios políticos e deputados. Que acabem com as mordomias que não têm direito, o povo não lhes deu permissão para se aumentarem em salários, nem em aprovarem subvenções para proveito próprio. Que acabem com acumulações de reformas. Quem tem mais que uma reforma, que opte pela reforma que quiser, mas perde as outras. Essa equidade tem de existir, não pode ser o povo ter uma reforma ao fim de 40 anos de descontos ou dos 65 anos de idade, e os nossos políticos terem reformas sucessivas.
Portanto, senhores políticos, ontem foi dito BASTA. Foi dito, vão-se embora EMIGREM.
Deixem de ser PIEGAS.
Deixem de ser HIPÓCRITAS.
Nós queremos ficar aquém do memorando da troika!
Nós não queremos o “CUSTE O QUE CUSTAR”.
Nós não aceitamos empobrecer mais que o necessário, só para vos ver felizes!
Por fim, digo em representação do povo que ontem saiu à rua  e como cidadão deste país, que sempre pagou os seus impostos, que foi para uma guerra colonial, que não era minha, mas para defender os interesses de alguns senhores de então, “DEMITAM-SE, ESTÃO CÁ  A MAIS, EMIGREM!



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