Transporte escolar
A ideia até pode ser boa para fazer
uma “Tese de Mestrado” e seria óptima se em Portugal, houvesse civismo de quem
utiliza automóvel na via pública.
Eu pratico co regularidade ciclismo,
tanto em ciclovias, como em estrada, e, a verdade é uma, se eu não tiver
cuidado na estrada, sou atropelado pelas viaturas, que nem sequer querem saber
que vai um ciclista na estrada, (não respeitam os motociclistas, quanto mais um
ciclista) quanto às ciclovias que foram cridas para ciclistas, andam peões, que
não querem saber dos ciclistas para nada. A cada passo, vê-se um ciclista cair,
porque teve de travar repentinamente e hoje uma grande maioria dos ciclistas,
usam pedais especiais, que prendem os pés através de encaixes e a queda é inevitável.
Poderemos num futuro ter de vir a
optar por este sistema de transporte, mas no inverno, não será fácil, devido ao
vento e á chuva. Apesar de haver impermeáveis próprios para protecção, não
acredito que seja muito viável um aluno levar a mochila, num suporte traseiro,
um impermeável vestido, por vezes com desníveis acentuados no trajecto de casa
para a escola ou vice-versa. A opinião da investigadora da UM, é válida como
qualquer outra opinião que apareça, mas não resolve o problema de fundo, que é
o transporte escolar.
Com o encerramento de escolas e fusão
de agrupamentos, as distâncias a percorrer pelos alunos até à escola aumentaram
substancialmente para uns, também poderá haver quem tenha ficado mais perto da
escola.
Em relação ao desporto escolar, devia
ser uma actividade obrigatória desde o 1º ano de escolaridade, assim como o
inglês, porque cada vez mais, será necessário que os nossos filhos e netos
saibam inglês.
No meu tempo de aluno do 2º ciclo,
tinha Educação Física duas vezes por semana, aulas de 2 horas, à quarta-feira
de tarde e ao sábado de tarde, tinha actividades físicas de jogos escolares ou
Torneios Interescolar. Nessa altura, estávamos no Estado Novo, não havia
democracia, mas a Educação Física fazia parte do programa curricular, o que não
é o caso actualmente. O ministro da Educação, optou pela retirada desta
disciplina do programa curricular e é dado através das AECs, ao 1.º ciclo, quando
as Câmaras municipais têm dinheiro para tal.
Quando o Estado tiver de gastar mais
dinheiro na saúde, devido à obesidade, que começa muito cedo nos jovens, nessa
altura, possivelmente mudam de ideias, poderá é ser tarde e ter-se perdido
pessoas e tempo.
Não é com medidas, como as tomadas
recentemente, que é proibido vender refrigerantes e bolos nas cantinas
escolares, que resolvem o assunto. Não será permitido a venda desses produtos
na cantina, mas o café da esquina vende. Portanto, os alunos acabam por comprar
antes de entrar na escola ou no intervalo entre a parte de manhã e da tarde.
A ideia pode ser interessante, terá de
ser bem ponderada, mas não resolve o problema da Educação Física, poderá
resolver em parte o problema do transporte escolar dos alunos, mas depende das
distâncias a percorrer por estes, até à sua escola.
E se em vez de se
financiarem passes escolares se oferecesse aos alunos uma bicicleta?
05.09.2012
- 00:19 Por Marta Portocarrero
Fonte:
Jornal Público
Para
Beatriz Pereira, investigadora da UM, é necessário apostar numa educação para a
segurança ()
Uma bicicleta é uma solução mais ecológica,
mais saudável e mais económica, defende Beatriz Pereira, investigadora da
Universidade do Minho (UM), que propõe que as autarquias ofereçam este meio de
transporte aos alunos do 1.º ao 9.º anos, em vez de pagar passes escolares. A
Associação Nacional dos Municípios Portugueses (ANMP) não vê vantagens nesta
sugestão. “Penso que não é exequível. Os pais não aceitariam que os filhos
fossem assim transportados. É perigoso e no Inverno, com a chuva, não é fácil”,
avalia António Ganhão, vice-presidente da ANMP.
Beatriz
Pereira defende que as autarquias gastariam menos dinheiro ao oferecer uma
bicicleta, promovendo um estilo de vida mais saudável e incentivando a prática
de actividade física.
Ana
Pereira, proprietária da Cenas a Pedal, uma empresa dedicada à mobilidade em
bicicleta, concorda com a ideia, sobretudo aplicada a crianças a partir dos dez
anos, que “têm perfeitas condições físicas para praticar ciclismo”. Realça,
porém, que o preço médio de uma bicicleta mais económica e mais funcional varia
entre 100 e 200 euros. Mas alerta que, quando o objectivo é utilizar uma
bicicleta como meio de transporte, esta tem de ter características essenciais
como luzes, bagageiras para transportar as mochilas e pára-lamas, o que
encarece. Além disso, um passe escolar permite que as crianças utilizem mais
meios de transporte do que a bicicleta, acrescenta Ana Pereira.
Contudo,
uma bicicleta, a médio prazo pode ficar mais barata do que o passe escolar que
pode custar, no mínimo (com 50% de desconto), 26,25 euros para a cidade de
Lisboa e 22,50 para o Porto. Ou seja, são necessários cerca de quatro meses
para comprar uma bicicleta de 100 euros.
Do
ponto de vista ambiental, Beatriz Pereira defende que o facto de os alunos
passarem a utilizar uma bicicleta nas deslocações entre casa e escola reduziria
os índices de poluição, uma vez que a maioria “chega mesmo à porta da
instituição através do automóvel ou do autocarro”, lê-se em comunicado da UM.
Com
base na experiência dos países nórdicos, a investigadora diz que esta solução é
perfeitamente aplicável no contexto português. “Nos países nórdicos, onde há
muito frio, vê-se de manhã pais e filhos a pedalar de casa até à escola e, ao
fim do dia, regressam. Até os alunos e professores universitários o fazem”,
realça, lembrando que a distância média do aluno português até à instituição de
ensino é de três a cinco quilómetros, logo, trata-se de “uma distância perfeita
para pedalar”.
Segurança
Quanto
à criação de ciclovias – que existem em vários países europeus e permitem que
os ciclistas circulem num trajecto exclusivo – a docente da UM é de opinião que
uma “cultura de respeito pelo outro” é suficiente. “Onde circula um automóvel
pode circular uma mota ou uma bicicleta, basta haver uma cultura de respeito
pelo outro”, afirma em comunicado.
Ana
Pereira concorda com a investigadora, dizendo que a prioridade não é a criação
de ciclovias, mas “direccionar o tráfego para ruas mais calmas, em que os
automóveis não circulem a velocidades tão elevadas”. Salienta, no entanto, que,
junto às escolas, o tráfego costuma ser caótica justamente pelos pais que vão
levar ou buscar os filhos.
Neste
sentido, a investigadora salienta a necessidade de uma “educação para a
segurança”, em que os cidadãos devem aprender a respeitar a circulação de
bicicletas nas ruas e nos passeios. Defende ainda que os acessos junto às
escolas devem ser preparados para a pratica de ciclismo e devem ser criadas
infra-estruturas que permitam o parqueamento seguro das bicicletas.
“Oferecer
uma bicicleta é só parte do processo”, diz Ana Pereira, acrescentando que tanto
a formação rodoviária como em relação à utilização de bicicletas é essencial.
“Uma criança de seis ou sete pode saber andar de autocarro, mas não é
necessariamente capaz de utilizar uma bicicleta sozinha”, defende.
Exercício físico
Um
dos principais argumentos para a aplicação desta sugestão prende-se com o
aumento da actividade física que a utilização de bicicletas passaria a
proporcionar. Segundo Beatriz Pereira, esta opção poderia originar desportistas
nalgumas áreas e tornar os cidadãos mais resistentes, prevenindo, igualmente,
doenças crónico-degenerativas e gastos com a saúde.
A
investigadora realça que o período lectivo dedicado à prática de Educação
física - 2h15 (90 minutos mais 45 minutos) – é bastante inferior à recomendação
da Organização Mundial da Saúde de 1h diária. Deste modo, a docente da UM
defende que a resposta para evitar a obesidade infantil e o sedentarismo
deveria vir “de períodos informais”, como o desporto escolar e actividades
extracurriculares como natação, ballet e judo. António Ganhão considera que é
importante que as actividades extracurriculares se transformem em curriculares,
para, nalguns casos, “poderem ser desempenhadas com mais qualidade”.O PÚBLICO
tentou contactar a investigadora, mas, até ao momento, não obteve qualquer
resposta.
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