Onde estão as gorduras do Estado?
Onde está o corte nas gorduras do
Estado?
Foi tão falado pelo actual
primeiro-ministro durante o seu tempo de opositor ao Governo de José Sócrates,
que o Estado era demasiado gordo e que tinha de cortar nessas gorduras.
Durante a campanha eleitoral de 2011,
o PSD, fartou-se de dizer que era necessário cortar as gorduras do Estado e não
de aumentar impostos aos contribuintes, que já estavam demasiado
sobrecarregados de impostos. Mas isso, era conversa de opositor. Hoje, Pedro
Passos Coelho, é primeiro-ministro deste País e o que faz, apenas extingue
quatro Fundações.
Não seria preferível obrigar as
Fundações a demonstrarem o “interesse de Utilidade Pública”, para se poder
candidatar a financiamento estatal, e, que teria de ser bem estudada a forma
desse financiamento e nunca por nunca, ser um facto adquirido que o
financiamento estaria garantido. As Fundações podem existir perfeitamente,
desde que não tenha de ser exclusivamente à custa dos contribuintes. Podem
arranjar “Mecenas”, podem obter receitas através das visitas às exposições,
enfim arranjarem forma de financiamento, que não seja à custa dos
contribuintes!
O que não se compreende, é que se
feche ou que se indique à autarquia de Cascais que encerre a Fundação Paula
Rêgo, mas deixa-se ficar com subsídios do Estado, logo dos contribuintes, a
Fundação do PSD, na Madeira.
Não pode sequer pensar-se que a
Fundação do PSD na Madeira é mais importante que a Fundação Paula Rêgo, só se
for na cabeça do primeiro-ministro.
A expectativa de haver grandes cortes
de dinheiros públicos com as Fundações, saiu gorada para os portugueses.
Sabemos que vamos ter mais aumentos de impostos, mas quando se deve mexer nas
ditas gorduras do Estado, afinal deixa de ser gordura e isso gostava que o
primeiro-ministro explicasse. Não me esqueço das promessas da campanha
eleitoral, apesar de não ter votado nele, tenho o direito de exigir o
cumprimento das suas promessas.
É devido a estas promessas demagógicas
que são feitas nas campanhas eleitorais e na “Festa do Pontal” e coisas do
género, que faz com que se deixe de acreditar nos políticos e de se pretender
uma mudança radical na sociedade. Não se pretende acabar com a democracia,
pretende-se isso sim, é acabar com os demagogos mentirosos, que predominam na
comunidade política deste País.
Fundação Cidade de Guimarães vai ser extinta; Casa de
Bragança, Oriente e Comunicações Móveis perdem todos os apoios
25.09.2012 - 16:09 Por João d´Espiney
Fonte: Jornal Público
O Governo propõe a extinção da
Fundação Paula Rêgo (Foto: Raquel Esperança)
A Fundação Cidade de Guimarães vai ser extinta
e as fundações Casa de Bragança, Oriente e para as Comunicações Móveis vão
perder a totalidade dos apoios públicos. Estas são algumas das decisões tomadas
pelo Governo na sequência do processo de avaliação às fundações, e cujos
resultados foram publicados esta terça-feira em Diário da República.
Em relação à entidade criada para
organizar a Capital Europeia da Cultura, a resolução do Conselho de Ministros
limita-se a determinar “a reversão do património e atribuições para o município
de Guimarães e/ou com concessão da exploração dos equipamentos a entidades
privadas e/ou com alienação de equipamentos e património a entidades privadas”.
Um processo que “deverá ocorrer em 2013”.
Na lista das fundações a extinguir
(tuteladas por organismos governamentais) aparecem só a do Museu do Douro, Côa
Parque e das Salinas do Samouco mas o Governo recomenda ainda a extinção de
mais 13 fundações sob a tutela do Ministério da Educação e Ciência, mas a
decisão final caberá às universidades e institutos politécnicos que as criaram.
A análise do PÚBLICO aos anexos que
integram a resolução permitiu concluir que o Governo vai cortar a totalidade
dos apoios a dez fundações:
Fundação Casa de Mateus
Fundação Oriente
Fundação Casa de Bragança
Fundação Luso Africana para a Cultura
Fundação D. Manuel II
Fundação Vox Populli
Fundação para as Comunicações Móveis
Fundação Alter Real
Fundação Mata do Bussaco
Fundação Convento da Orada
e reduzir 30% das verbas a outras 40:
Fundação para os Estudos e Formação
Autárquica - Fundação CEFA
Fundação da Juventude
Fundação Arpad Szénes – Vieira da
Silva
Fundação Casa da Música
Fundação de Arte Moderna e
Contemporânea – Colecção Berardo
Fundação de Serralves
Fundação Ricardo do Espírito Santo
Silva
Fundação Conservatório Regional de
Gaia
Fundação Bracara Augusta
Fundação Batalha de Aljubarrota
Fundação Pedro Ruivo
Fundação Caixa Geral de Depósitos –
Culturgest (recomendação à CGD)
Fundação Júlio Pomar (recomendação à
CGD)
Fundação de Assistência Médica
Internacional
Fundação Mário Soares
Fundação Inês de Castro
Fundação Museu Nacional Ferroviário
Armando Ginestal Machado
Fundação do Gil
Fundação Manuel Viegas Guerreiro
Solidários – Fundação para o
Desenvolvimento Cooperativo e Comunitário
Fundação Maria Isabel Guerra Junqueiro
e Luís Pinto de Mesquita Carvalho
Fundação Casa Museu Maurício Penha
Fundação Amadeu Dias
Fundação António Quadros – Cultura e
Pensamento
Fundação das Universidades Portuguesas
Fundação Eça de Queiroz
Fundação Engenheiro António de Almeida
Fundação Instituto Arquitecto José
Marques da Silva – Universidade do Porto
Instituto de Investigação Científica
Bento da Rocha Cabral
Fundação Minerva – Cultura – Ensino e
Investigação Científica
Fundação Professor Francisco Pulido
Valente
Fundação Económicas – Fundação para o
desenvolvimento das ciências económicas, financeiras e empresariais
Fundação Conservatório de Música da
Maia
Fundação Ensino e Cultura Fernando
Pessoa
Asilo de Santo António do Estoril
Fundação Denise Lester
IFEC - Fundação Rodrigues da Silveira
Pro Dignitate - Fundação de Direitos
Humanos
Fundação INATEL
Fundação Aga Khan Portugal
O Executivo vai ainda reduzir 20% dos
apoios concedidos ao Centro Cultural de Belém e 50% à Fundação Portuguesa das
Comunicações. As fundações Manuel Simões, Frei Pedro e Manuel Leão perdem o
estatuto de utilidade pública.
Em relação às 92 (entre as quais as
três universidades) que não vão sofrer qualquer tipo de penalização, oito são
fundações públicas de direito privado e duas público-privadas. As restantes são
privadas. Nesta lista encontram-se fundações como a AEP, Amália Rodrigues,
Belmiro de Azevedo, BIAL, Calouste Gulbenkian, Champalimaud, do Desporto,
Luso-Americana para o Desenvolvimento ou a Fundação Social Democrata da
Madeira.
Segundo esta lista, só sete receberam
apoios no valor de 67 milhões de euros no triénio 2008/10 - com as verbas
transferidas para as Universidades de Aveiro, Porto e ISCTE o número sobe para
510 milhões.
Autarquias vão decidir até ao final do
mês
Para as fundações em cuja criação ou
financiamento participaram as regiões autónomas (quatro fundações) e as
autarquias locais (42), o Governo remeteu o resultado da avaliação “para
decisão por parte dos órgãos legalmente competentes” mas “coexistiram
dificuldades para conciliar reuniões extraordinárias dos órgãos [câmara e
assembleia] com o quórum necessário para tomada da deliberação final”. “Essas
dificuldades deverão estar ultrapassadas no decurso do presente mês, dada a
previsão legal de as assembleias municipais reunirem em sessão ordinária em
Setembro”, refere ainda a resolução. A análise do PÚBLICO concluiu que o Governo
propõe a extinção de 21 fundações:
Fundação ELA, Município de Vila Nova
de Gaia
Fundação PortoGaia para o
Desenvolvimento Desportivo, Município de Vila Nova de Gaia
Fundação Carnaval de Ovar, Município
de Ovar
Fundação Paula Rêgo, Município de
Cascais
Fundação D. Luís I, Município de
Cascais
Fundação Bienal de Arte de Cerveira,
Município de Vila Nova de Cerveira
Fundação para o Desenvolvimento Social
do Porto, Município do Porto
Fundação Ciência e Desenvolvimento,
Município do Porto
Escola Profissional de Setúbal,
Município de Setúbal
Escola Profissional de Leiria,
Município de Leiria
Fundação de Ensino Profissional da
Praia da Vitória, Município de Praia da Vitória
Fundação Odemira, Município de Odemira
Fundação Serrão Martins, Município de
Mértola
Fundação Dr. Elias de Aguiar,
Município de Vila do Conde
Fundação Comendador Manuel Correia
Botelho, Município de Vila Real
Fundação Robinson, Município de
Portalegre
Fundação António Aleixo, Município de
Loulé
Fundação Arquivo Paes Teles, Freguesia
de Ervedal (Avis)
Fundação Santo Thyrso, Município de
Santo Tirso
Fundação Marquês de Pombal, Município
de Oeiras
Fundação Cultura Juvenil Maestro José
Pedro, Município de Viana do Castelo, a redução de 30% dos apoios concedidos a
12:
Fundação Cascais, Município de Cascais
Fundação Átrio da Música, Município de
Viana do Castelo
Fundação Gil Eannes, Município de
Viana do Castelo
Fundação Cidade Ammaia, Município de
Marvão
Os Nossos Livros", Município de
Bragança
Lugar do Desenho - Fundação Júlio
Resende, Município de Gondomar
Fundação A Lord, Freguesia do Lordelo
(Paredes)
Fundação João Carpinteiro, Município
de Elvas
Fundação Castro Alves, Município de
Vila Nova de Famalicão
Fundação Maria Ulrich, Município de
Lisboa
Manuel Cargaleiro, Município de
Castelo Branco
Fundação Frederic Velge, Município de
Grândola e a cessação total dos subsídios dados a outras quatro:
Fundação Arbués Moreira, Município de
Sintra
Fundação Cultursintra, Município de
Sintra
Fundação Abel e João de Lacerda,
Município de Tondela
Terras de Santa Maria da Feira, Município
de Santa Maria da Feira
O Executivo decidiu ainda notificar o
Instituto dos Registos e Notariado (IRN) para cancelar o registo de cinco
fundações por falta de reconhecimento. Neste caso, o Tribunal de Contas será
notificado para “eventual apuramento de responsabilidade financeira por parte
dos órgaos autárquicos que tenham deliberado a atribuição de apoios”.
Relativamente às fundações que forneceram respostas incompletas e/ou não
disponibilizaram documentação no âmbito do inquérito coordenado pela
Inspecção-Geral de Finanças, o Governo determinou o cancelamento do estatuto de
utilidade pública das Fundações Hispano-Portuguesa Rei Afonso Henriques e Nadir
Afonso. Às fundações Armazém das Artes - Fundação Cultural; Marion Ehrhardt; D.
António Ribeiro; do Jardim José do Canto; e GDA não será atribuído o número de
registo para efeitos de obtenção de apoios financeiros públicos. E a mais dez,
entre as quais, a Fundação Mater-Timor Loro Sae verão o seu registo cancelado
também por falta de reconhecimento como fundações.
Açores não acatam
Nas regiões autonómas, o presidente do
Governo Regional dos Açores não acatou nenhuma das propostas do Governo e
manteve a Fundação Gaspar Frutuoso, a continuação dos apoios financeiros à
Fundação Engenheiro José Cordeiro e o estatuto de utilidade pública da Fundação
Rebikoff-Niggeler.
Na Madeira, foi extinta a Madeira
Classic.
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